Memento Mori
Lembra-te, ó homem, que ao eterno pó voltarás!
A alma debate-se com os mistérios insondáveis,
Sobre as indagações que ecoam na vastidão do ser,
Entre o ser e o nada e decisões e passos inevitáveis,
Todo caminho é incerto e os porquês hão de crescer.
Lembra-te, ó homem, que ao eterno pó voltarás,
Pois neste cosmo somos meras partículas,
Em um arado cósmico, efêmero e sublime,
O tempo é implacável em suas vãs réplicas,
É o relógio cuja lança não absolve teus crimes.
Lembra-te, ó homem, que ao eterno pó voltarás,
E no tecer dos dias findará a nossa jornada,
Na vasta escuridão do desconhecido além,
A certeza que, um dia, o corpo será enterrado
E ao pó voltaremos ao destino que convém.
Lembra-te, ó homem, que ao eterno pó voltarás,
Logo, enquanto estamos aqui permita-se viver,
Vivei cada instante e celebrai o teu amanhecer,
Antes que as estrelas caiam e se afoguem ao entardecer,
Pois quem ama o viver deve aprender a esquecer e a morrer.
Lembra-te, ó homem, que ao eterno pó voltarás,
E a cada respiração tua a vida se esvai pelo mundo;
Em meio a dúvidas e abismos profundos,
Teu ser deve buscar sentido nas pessoas que abraçarás,
E entre o efêmero e o eterno vivei os átomos do segundo.
Lembra-te, ó homem, que ao eterno pó voltarás,
O que somos nós, senão poeira estelar?
Neste vasto universo de incógnitas e critérios,
Somos grãos de areia ao vento a nos indagar
Sobre nosso passageiro existir, fim e mistérios.
Lembra-te, ó homem, que ao eterno pó voltarás,
Vivemos à mercê do tempo implacável,
Em busca de significados e transcendência,
Mas, no fim, o pó nos aguarda insaciável,
E tudo que fomos se esvai na efemeridade da existência.
Lembra-te, ó homem, que ao eterno pó voltarás,
Oh inquietude humana em sua busca sem fim!
Se tudo é fugaz, cadê teu eterno paraíso perdido?!
Esta vida é uma efêmera chama a queimar no jardim
Até que ao pó retornaremos para o bendito sono infinito.