POESIA NAS SOMBRAS

A poesia nos tempos trevosos

É como um raio a iluminar frestas

A poesia nos tempos congelados

Crepita como fogueira em funda caverna

A poesia lança pirilampos esperançosos

Nas brumas dos tempos desesperados

 

Há que se receber o andarilho poeta

Que atravessa os nossos descaminhos

Como um lançador de sementes aptas

A brotar na longínqua primavera

Há que se receber o poeta viajante

Com seu baú de pirilampos amestrados