Fugir, para onde?
Derivo neste mar teimoso, inconstante,
velejando contra o vento, enternecido,
rimando minhas poesias entre ondas e ventos,
entre pensamentos e dissimulações, absorto!
Tantos devaneios no ritmo da vida,
reverberando, sem pudor, meus desejos.
Nessa imensidão vou caminhando,
com meus passos lentos essa vida minha.
Fugir? Fugir para onde?
Ficar? Ficar entre dores pungentes e arremedos,
entre aluviões de lembranças e intemperanças,
ao ímpeto das ondas e meus naufrágios!
Me assombro com esse silêncio, dissimulo!
Entre ondas, passeiam meus pensamentos.
Desnudam os dias passando nessa paisagem,
contornando armadilhas, juntando cacos...