Tempo de perdoar
Tempo, colosso da criação
nota esse humilde escritor
e repara toda a sua aflição
de caneta em papel, perdido
buscando em formato finito
representar tua imensidão
por não ter te aproveitado
por delírios ou preguiças
carrega um fardo de culpa
mas crê que palavra certa
oferecida-te de bom grado
renda-lhe alguma salvação
Doutor dessas coisas todas
não deixes que ele padeça
há muito que assim labuta
no meio de adultos poetas
lutando nessa injusta luta
ainda malformado embrião
permita-te a ele, Soberano
retira essa couraça obscura
revista-te com tua candura
indica-lhe algo que gostes
deixa, enfim, que te bajule
concedendo-lhe tal perdão
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 25/7/23 --