Sutil.

O que mais me impressiona

E me atenta e me fascina

É a estrela mais discreta, que não brilha

Aquela, cuja luz só se revela

Quando a noite já termina

É o ruído quase que inaudível

Quando, atentos meus ouvidos

Ele sabe se fazer perceptível

Mesmo em meio aos estrondos

Um olhar de relance, uma nuance

É algo que não tem par e não deseja ter

Que apesar de não dizer que deseja ser lembrada

Também nunca fez nada, pra que não fosse esquecida

E quase sempre passa despercebida

Eis toda a sua graça

Traz somente aquilo que trouxe

Não se esforça em ter e nem ser doce

Mas que o tem, exatamente por ser assim

E creio que ainda o seria

Mesmo se assim não fosse

Ainda o teria pra mim.

Edson Ricardo Paiva.