Angústias, vícios e renovação
O riso simples de minha amiga a qual chora entre os meus braços
É como a lágrima de Deus sentada nas costas dos homens tristes,
É como um afago sem carícias, e o coração nas profundezas do cansaço
Sonha sem sonhar os delírios do amor e da dor que não vistes.
Tantas palavras, frases, discursos, o som do silêncio é minha divindade,
O som do silêncio dos sentimentos quebrados ainda respira nos quartos,
Beijos toscos, brigas vorazes, mágoas nos olhos, viver é uma falsidade
Que fingimos não ser?? Mas os sorrisos na parede são apenas retratos.
Quero me desintoxicar de mim mesmo,
(E acordar o silêncio da vida em meu coração)
Quero me desintoxicar do convívio humano,
(E correr pelas praias e abismos com bastante paixão)
Quero me desintoxicar de quem me tornei
(E viver lúcido perante tudo o que desperdicei).
Oh minha Amiga! Por que você partiu desse jeito?
Tão jovem e talentosa. Por que tu foste assim tão cedo?
Sinto tanta falta de ouvir tua serena voz,
Sinto falta de teu sorriso sinfônico entre nós,
Deus!... A vida cheia de mágoas e de mentiras é insuportável.
A tristeza pousa em nossos ninhos e a dor é um grito inominável,
É mais fácil viver em completo estado de mentiras e de negação,
Mas, minha amiga, tu és a minha música nesses acordes de escuridão.
Tudo na vida é um jogo sórdido de azar,
Amavam só a minha voz e não queriam me compreender,
Sozinho nessa casa, nesta noite em que a solidão me abandonou,
Mas eu sei que devo cantar o que há em mim e ainda te amar.
Quero me desintoxicar de mim mesmo,
(E acordar o silêncio da vida em meu coração)
Quero me desintoxicar do convívio humano,
(E correr pelas praias e abismos com bastante paixão)
Quero me desintoxicar de quem me tornei
(E viver lúcido perante tudo o que desperdicei)
Eu cantei com todo o fervor da minha alma o que eu sentia,
Enganei algumas pessoas, mas sempre fui sincero comigo mesmo,
Não posso exigir que minha família entenda o que eu não exprimia,
Preciso revelar a alguém a extensão da minha dor e agonia,
A extensão de minhas inseguranças, aflições e dúvidas,
E despir essas máscaras pelo quais disfarcei e inventei
Tantos personagens de plástico e falsas culpas.
Mas acho que não posso confiar em ninguém mais...
Não posso mais viver e abraçar essas ilusões infernais.
É difícil, mas preciso mais ter fé em minha caminhada,
Ainda consigo ingerir o fluxo do amor que há em minha alma,
Pois chega uma hora que tudo suplica por um pouco de calma.
O som do piano ainda não cessou perante a vastidão da vida,
E quero cantar e dançar pelas colinas e no seio das paixões desiludidas;
Quero brilhar, ressurgir e voar além das searas entorpecidas,
E apanharei azaleias azuis, auroras amenas e aleluias!