167°
O sol bate e clareia meu quarto
As teias de aranha cobrem o retrato
Os papeis avulsos empoeirados
Na procrastinação de um ser
Toda manhã quer dizer algo
Andar sobre pedras é caminhar
Obstáculos são gradações da vida
Mais uma manhã que acordo sozinho
Faz tempo que não sei o que é sonhar
Acostumei com a realidade que vivo
A crua e abastada vida do ermitão urbano
O soldado abatido pelas cruezas das relações
Um defensor da liberdade das aranhas
Um cultivador de aracnídeos
Desolado numa manhã tardia
Juntando as teias da sobrevivência
Pronto para encarar a realidade.
Otreblig Solrac - O poeta burro