DISFARCES

Hoje levantei bem cedo,

saí do meu ninho de amor

e deixei o calor dos abraços

com vontade de ficar.

Na sala

beijei as crianças

e segui em frente.

Batente, batente!

Mal viro a esquina,

calmamente

recarrego o pente

e descarrego em uma face.

Vejo o sorriso

sem graça

desfalecendo

l e n t a m e n t e.

Do bolso saco outro pente

e deslizo entre os cabelos

arrumando o meu disfarce.

Entre os becos

e os guetos da cidade,

vou amando

e odiando loucamente.

Disfarces, disfarces

da nossa desvairada

humanidade.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 19/07/2023
Código do texto: T7840640
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