Rosas do Anjo
Um anjo acordou vendo seus pés frágeis,
abriu as asas junto com os braços,
banhou-se com a chuva da manhã,
e pronto, desceu ao mundo material.
Já nas ruas respirando enxofre,
sentiu a poluição assumindo o ar,
e fitou os semideuses nos cartazes…
Perplexo com isso, viu uma roseira
sagrada feito o púlpito dos ritos,
era para sua narina um vício;
Ele fugiu do seu sacro trabalho.
Avistou o jardim avidamente,
desde as magnólias aos girassóis,
cabalmente disse: ''este é meu sonho'';
Puxou um belo jasmim e partiu.
Demitiu-se do inferno que o matava,
trabalhou na escala do céu e do mar,
nadava na poesia das rosas,
e no vento sentiu o desabrochar.