... mas passou, como tudo passa
era ainda tão rebento
que nem brotara em seu campo santo
qualquer jazigo de tempo morto
era ainda tão pequeno
que tudo lhe parecia ser tamanho oceano
naquele barquinho do colo de papai
era ainda tão livre
que tinha autonomia pra sujar seu pano
e decidir sobre as leis de retorno
era ainda tão santo
que não havia considerado qualquer oração
e nem salpicar pragas nas paredes
era ainda tão sem dor
que lhe bastava um beijinho de mamãe
pra deslembrar do cordão que se rompera
era ainda tão começo
tão prelúdio, tão primórdio, tão princípio
que nem parecia ter fim...
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 11/7/23 --