KAWAZU CURITIBANO

Cadê a velha e bela Curitiba,

Aquela cidade-poema de Paulo Leminski,

Poeta em delírio divino a misturar

Trótsky, Jesus e Bashô?

Tudo se misturava e tudo ficava certo,

Numa improvável liberdade manifesta.

Em que poderoso feitiço ela se prendeu

E se perdeu?

Que sombra estranha desceu

Sobre suas ruas, avenidas e parques?

Kawazu lunar, em desespero, te pedimos:

Vocaliza seu mágico canto,

Um haicai de encantamento,

Naquele lago de águas serenas,

Bem debaixo das robustas grades

Da imponente Ópera de Arame,

E devolve o brilho a essa urbe

Que, muito mais que de repente, se transformou

Em tenebroso presídio das esperanças,

Das alegrias,

Dos sonhos

E das liberdades.

COAXA, KAWAZU CURITIBANO!