FOLHAS DOS OUTONOS
Sinto falta das coisas simples e valiosas da vida.
O café coado na hora, aquele cheiro que seduzia.
O bolachão, pães de milho, o de leite a paciência.
Das broas, do cuscuz de milho, e, do, de tapioca,
Tudo feito, com esmero, amor, tempo, qualidade!
As amizades, verdadeiras, carnavais, em família,
As marchinhas..., as, alimentações, sadias, hoje!
Prateleiras nos supermercados refletem a nossa,
Alimentação industrializada, rápidas, caríssimas,
E, agrotóxicos e defensivos agrícolas temperam.
Lembro-me dos ambulantes ganhando seu pão.
Tabuleiros, na cabeça, vendendo seus petiscos!
As cocadas queijadas os bolinhos de chuva, etc.
Os sorveteiros, amenizando, o calor escaldante.
Vestidos, as blusas as saias não faltavam pano!
As matinês, nos domingos à tarde para, assistir...
Tarzan a Lagoa Azul, Trapalhões, Três Patetas!
Havia ingenuidade, romantismo que perdemos!
A Escola Pública era referência de bom ensino!
Lembro-me de minha mãe, e..., dos seus zelos.
A vida, era um festival de alegrias, e, felicidade.
Subjetividades, pelo, mar de rosas, e liberdade.
Hoje, a vida pegou os seus atalhos, e, tem-nos,
Cobrado pedágios, quase já não nos reunimos,
Para o almoço, cada qual, tem, seus, horários.
E... , os corres, corres, da vida, tem nos ilhado.
Vivemos..., mais, na companhia, dos celulares.
Temos fechado as janelas e comprado grades!
A nossa sombra nos assusta e vivemos nessa,
Prisão abissal, reflexo da nossa inconsciência.
Albérico Silva