A Jornada do Pai e seu Filho
Sob o sol escaldante do oeste selvagem,
Pai e filho cavalgam lado a lado, sem mágoas.
Em seus olhos brilha o reflexo da triste estiagem,
Onde sonhos alegres se evaporaram como água.
A poeira evola-se ao redor de suas montarias,
Como velhos espíritos carregando a dor do mundo,
E o vento sibila pelas ravinas a dureza e fardos dos dias,
Enquanto suas almas enfrentam desertos profundos.
O Menino, com olhos cansados e cheios de curiosidade,
Olha para o Pai com uma mescla de admiração e medo,
Pois o Pai conhece deste mundo desolado toda a crueldade
Onde a bondade parece morta e enterrada no antigo celeiro.
"Filho", diz o velho e sábio Pai em um sussurro rouco,
"Você sabe que o caminho é pedregoso e traiçoeiro,
Mas devemos seguir adiante, sem hesitar, sem desanimar,
Pois a coragem do homem se forja nas chamas do desfiladeiro."
Eles avançam pelas vastas planícies sem fim,
O Pai liderando com determinação incansável,
O Menino lutando para acompanhar seu ritmo,
Aprendendo o peso da sobrevivência fatigável.
Noite após noite, eles acampam sob um céu implacável,
Fazem fogueiras que crepitam e iluminam seus semblantes,
E o Pai conta estórias de tempos de honra e beleza inabalável,
Quando a vida tinha um brilho de esperança em sagrados instantes.
Porém a realidade galopa e retorna em cada amanhecer,
Pai e Filho cavalgam novamente à procura de um abrigo,
Em um mundo onde a lei do mais forte parece prevalecer,
Mas Eles se amam e ajudam um ao outro, pois são amigos.
No coração do Menino sorri uma centelha de inocência,
E tal centelha luta para não ser apagada pela brutalidade.
O Filho fita ao Pai, seu protetor e guia perante tanta violência,
E encontra força e amparo neste amor paterno de cumplicidade.
Pois, mesmo em meio à dureza destes terrenos impiedosos,
O vínculo entre Pai e Filho permanecerá inquebrável,
Uma luz frágil mas fulgente nos campos sombrios e ardilosos,
Onde o amor ainda existe, como uma flor rara e inviolável.
Assim, Eles seguem firmes, incansáveis e destemidos,
Caminhando pelas sombras deste mundo desleal e paranoico,
Um Pai e seu Filho, cavalgando pelos vales frios e oprimidos,
Nas trilhas sinuosas, mas ambos cheios de um fogo heroico.
(Dedico esse poema a meu irmão caçula e a seu filho e meu sobrinho: amo-vos demais.)