Andante
Nessa vastidão,
Há uma constante do ser.
O tempo, escorre entre os meus dedos,
E a vida, efêmera como o amanhecer.
Vago é o caminhar nesta terra ingrata,
Quando dedica-se meramente ao outro,
Onde promessas se perdem no eco do vento.
Os homens falam excessivamente
Buscando desesperadamente em agradar
As ilusões desvanecem como fumaça,
Deixando um vazio, pesaroso tormento.
Ah, a brevidade da vida é um lamento,
Como um sonho que se esvai ao despertar.
A efemeridade nos lembra da transcendência,
Que há mais além do que podemos alcançar.
Carregamos as cicatrizes das desilusões,
Marcas profundas de um coração ferido.
Mas é numa alma dilacerada que brotam versos,
Uma tentativa de encontrar sentido.
Os dias passam velozes, quase imperceptíveis,
E nossos sonhos, às vezes, ficam para trás.
É preciso aprender a capturar o efêmero,
Enxergar a beleza onde o olhar se desfaz.
Apesar da desilusão, encontre esperança,
Nos tesouros escondidos na existência.
Faça do tempo um aliado, não um inimigo,
Viva intensamente
Cada instante com consciência.
Pois vago é o tempo, breves são os dias,
Mas podemos deixar uma marca profunda.
Enfrentar as desilusões com coragem,
Escriver uma história, ainda que seja tão curta.
A desilusão é parte desse caminhar,
Mas não deve definir o nosso ser.
Encontremos forças
nas lágrimas derramadas,
Para reconstruir a vida e pertencer.
Então, que cada suspiro nessa terra incerta,
Seja preenchido com a busca por um sentido.
E mesmo diante das desilusões e da brevidade,
Encontremos beleza na vida,
mesmo que fugaz, de todo perdido.