Pretéritos (In)decifráveis
Não sei decifrar pretéritos.
Só sei vivê-los.
Sou estrangeira do tempo e me lanço,
olhar vazio e inacabado,
na neblina de desertos e vertigens
que, se não aquecem,
trazem-me o conforto das saudades,
das nostalgias de um eco infindo e puro
de algum calendário do tempo...
Vejo o que poderia ter sido e não foi,
os sonhos que auguram o passado
e se lançam no futuro
que, neblinado, perpétuo e longínquo,
que - hoje sei, porque assim me dissestes -
nunca me pertencerá...