O Devir do Viver
No fluxo perene do tempo a sempre correr,
A vida se desdobra, sem jamais se deter.
O devir constante é eterno movimento,
O destino incerto é um manto cinzento.
Das águas do rio à brisa morena do ar,
Todas as coisas estão sempre a transmutar.
Nascer e morrer, um ciclo sempre incessante,
O devir da vida é sombra e luz constante.
Como folha ao vento, vamos nós a vagar,
Em busca de rios e sentido a nos ancorar.
Somos seres em trânsito sempre a buscar
No labirinto existencial o caminho a trilhar.
O tempo, titã voraz e soberano do universo,
Nos mostra a efemeridade, o viver inquieto.
A juventude tão fugaz e a velhice a chegar...
Somos peregrinos nessa jornada a desvendar.
Em cada momento, uma nova pedra a colher,
A sabedoria oculta, o aprendizado em se viver.
O devir nos ensina, com suas voltas e curvas,
Que a transformação é certa nas horas turvas.
Do broto ao maduro e suculento fruto, da semente à flor,
A vida se desabrocha lentamente em seu misterioso esplendor.
No fluir do rio se vê que tudo corre ao porto do entardecer;
Logo, mergulhe fundo nas águas da vida antes de perecer!