Meu eu desconhecido
Às vezes me sinto tomada por um silêncio ensurdecedor;
E às vezes os tambores de mim rufam incessantemente.
Ora mergulho na fundura da minha essência com ardor;
E às vezes me pego em leviandade tão superficialmente.
Às vezes sou previsível e coloco embaixo do braço, tudo;
E às vezes tudo que é me dado não é nada do que quero.
E às vezes quero falar quando o instante quer ser mudo;
Muitas vezes emudeço e me tranco mais do que espero.
Meu eu desconhecido sempre aparece e me surpreende,
Ele me fez construir meu mundo às margens do universo;
Às vezes tenho a resposta, mas o que respondo é inverso.
Meu eu desconhecido recorre meu pensamento, ofende.
E às vezes divago na superfície do que conheço de mim,
E me perco no meu desconhecido conhecendo-o, enfim.
Uberlândia MG