Meu eu desconhecido

Às vezes me sinto tomada por um silêncio ensurdecedor;

E às vezes os tambores de mim rufam incessantemente.

Ora mergulho na fundura da minha essência com ardor;

E às vezes me pego em leviandade tão superficialmente.

Às vezes sou previsível e coloco embaixo do braço, tudo;

E às vezes tudo que é me dado não é nada do que quero.

E às vezes quero falar quando o instante quer ser mudo;

Muitas vezes emudeço e me tranco mais do que espero.

Meu eu desconhecido sempre aparece e me surpreende,

Ele me fez construir meu mundo às margens do universo;

Às vezes tenho a resposta, mas o que respondo é inverso.

Meu eu desconhecido recorre meu pensamento, ofende.

E às vezes divago na superfície do que conheço de mim,

E me perco no meu desconhecido conhecendo-o, enfim.

Uberlândia MG

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 19/06/2023
Código do texto: T7817773
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