Sinapse do Desencanto
Do bem e do mal despertaram os meus desencantos.
Na escuridão do mundo vejo fantasmas,
demônios e santos.
Desalento em descrente oração.
Saudade descabida do não ser, do que não foi,
da palavra nunca dita.
É sempre noite no meu coração.
Obscuridade do viver sem vida,
quando quem deveria ficar
deixa-se morrer em despedida,
rostos vazios na multidão.
Existência de rastros
com os olhos rendidos ao chão,
sonhando com os astros,
mediocridade por devoção.
Portas fechadas, entrada somente para raros,
beco sem saída, pensamentos fora do fluxo,
sinapse em desconexão.
Alma se desmanchando por aí perdida,
sem nada de mim, solidão...