Canto de despedida do jovem escritor
Nos meus versos tristes, vou contar a breve história
Da vida de um jovem, que tinha sonhos e trajetórias.
Surgiu uma doença cruel, que lhe roubou a saúde,
Mas não sua coragem, seu amor e sua magnitude.
Eu sou um rapaz sonhador, cheio de vivacidade,
Mas a contingência me trouxe dores e a fragilidade.
Uma doença terminal, um caminho certamente incerto,
Mas este jovem não se deixou abater pelo deserto.
Despediu-se da juventude, dos risos e dos amigos,
De todas as alegrias que um dia ele já tinha tido.
Olhou nos olhos dos pais, com lágrimas nos seus,
Pediu que entendessem, pois era melhor dizer adeus.
Despediu-se da mãe, com lágrimas nos olhos,
A quem tanto amava e nunca esqueceria,
Pediu-lhe que lembrasse de seu sorriso,
E guardasse seu amor em cada novo dia.
Despediu-se do irmão caçula, seu grande herói,
Que sempre lutou ao seu lado, incansavelmente,
O jovem rogou que seu irmãozinho seguisse em frente,
O irmão não aguentou, abraçou-o e chorou copiosamente.
Despediu-se dos poucos amigos, antes fiéis e risonhos,
Com quem compartilhou alguns risos e aventuras!
Pediu que o esquecessem e seguissem com seus sonhos,
E que jamais deixassem morrer suas venturas e ternuras.
Despediu-se dos outros irmãos, destes laços criados com amor,
Das brincadeiras de infância, dos instantes de pureza e calor.
O jovem olhou para o céu estrelado, suspirou profundamente,
Agradecendo por cada instante, por cada momento presente.
Despediu-se de sua casa, dos livros, que eram seu amor;
Das lições sofridas, dos sonhos que tinha em ser escritor.
Deixou algumas marcas em algumas vidas que tocou,
Ensinando sobre o conhecimento e o amor que encontrou.
O jovem se despediu de tudo o que não veria mais,
Dos campos e das flores que outrora lhe traziam paz.
Despediu-se da lua, das noites de contemplação,
Das estrelas que brilhariam sem a presença de sua visão.
Despediu-se de si mesmo, das suas próprias esperanças,
Das metas e dos planos, das suas últimas músicas e danças.
Teve que aceitar o inevitável, com resignação e coragem,
Sabendo que sua jornada terminaria naquela viagem.
Mas mesmo na despedida, ele encontrou um sentido
De viver intensamente, mesmo com um fado tão sofrido.
Seu legado de amor à escrita e à vida permanece no ar,
E sua simples história estará na memória de quem o amará.
Então, no último suspiro, com um sorriso no olhar,
Ele se despediu da vida: aos prantos, teve que voar.
Um anjo triste partiu, para além deste plano terreno,
Deixando-nos com sua história passos e laços serenos.
Nestes versos tristes, narrei rápido do jovem a viagem
De quem só queria ler, escrever e viver com coragem.
Com seus textos talvez seja lembrado, inspirará quiçá um ser
Que lutará de coração até o último fôlego do seu viver!
(Mundo, 16 de alguma coisa que não faz mais sentido pra mim.)