Minhas escolhas
Eu não temo essa vida em cada esquina anunciada,
entre páginas carcomidas, páginas velhas, nessa paisagem amorfa,
anunciando meu tempo, minhas escolhas, meu infortúnio.
Chego apenas nesses lugares com meus passos descompassados!
Muitas vezes estou saindo, nem sei bem para onde!
Muitas vezes regressando incorrigível, desmedido.
Quero apenas continuar querendo, continuar simplesmente,
sem ter que explicar por que sou como sou! Apenas isso!
Quero apenas ir, sem necessidade de explicar a partida,
sem necessidade de explicar a chegada, apenas ir ou voltar!
Tudo o que posso ter é essa vida visceral, ilusória,
entre idades e medos, entre amores e desamores!
Muitas vezes eu sonhei muitos sonhos, muitos tédios eu tive!
...mas para que? Sinto, agora, um vago medo, repentino!
Desfaço-me entre minhas arestas e sigo. A morte está logo ali!
Sei que foram minhas escolhas, mas agora estou fatigado...
A vida é um livro com muitas páginas: algumas se abrem, tantas se fecham.
Sei que parecerei exausto em muitas dessas páginas rotas!
Sei também que foram escolhas que fiz, entre orvalhos e desejos,
entre abandonos e reminiscências dessa vida vivida e meus silêncios!