Dor de cabeça divina
Nesse emaranhado de galáxias gigantes
Coesas e conexas no universo infinito
Seria o homem uma bactéria pensante?
Ou um vírus letal andarilho errante?
Mais danoso que os temidos meteoritos?
Seria a soberba acrescida da ganância?
Ou a estupidez que negativa a sabedoria?
Com a sede do Deus metal mata a esperança
Sem saber que é natural e a cobrança
Vem com juros e correção num belo dia
Ora, se na terra sou um minúsculo habitante
E a terra, gigante, é microscópica no universo
Só posso ser um monstro, cego, arrogante
Que não consegue enxergar logo ali, adiante
O passado, presente, futuro seguem incertos
O tempo, coitado, tem observado o errar é humano
Sem poder ao menos dizer que errar tem limites
Impérios como o Egípcio, Persa, Turco, Romano
Macedônia, Inglês, Francês, Norte-Americano
Ignóbeis grandezas humanas, para Deus cefalite
Não há parasita mais nocivo até hoje encontrado
Que por infâmia e tolice preda o seu hospedeiro
Ingênuo, se acha o escolhido do corpo habitado
Sem saber faz seu miserável destino mal traçado
Feito um ingrato hospede ou maldito traiçoeiro
Será que o nosso tamanho deveras pequeno
Limita-nos o poder das visões universais?
Será que o nosso futuro já traçado é obsceno
E aos poucos matando, vamos todos morrendo
Até nenhum de nós no universo existir mais?
Será que estamos alojados na cabeça de Deus
E somos partes de suas células cerebrais?
Será que tudo o que se concebeu
Seja na fé do cristão, mulçumano, judeu,
O medo, o ódio nos afastam dos nossos iguais?
E se um dia o ser supremo que tanto maltratamos
Resolver tomar uma celeste aspirina
Assim, tudo o que o vem atormentando
De uma hora para outra vai se desintegrando
Adeus, oh dor de cabeça divina