SEM FLORES
Quando eu morrer
Não quero coroas,
Elogios póstumos
E nenhum buquê.
Os sentidos
Não vibrarão
Mais em mim.
Jazerei
Sem razões
Para flores,
Perfumes
E lamentos
Dos amores.
Não terei mais arbítrio
Sobre o bem e o mal,
Reinarei como pó
No silêncio mineral.
Mas caso queira
Homenagear-me
De verdade,
Peço-te um sarau poético.
A poesia é lâmina afiada
Que sempre transver
As complexas realidades.