Acordai, irmãos meus!
No horizonte cinzento do vazio existencial,
Eis o homem: perdido na banalidade do Mal.
Houve um grito silente, ecoando na escuridão,
Que reflete as angústias profundas do coração.
Nos dias sem sentido, no mar de desencanto
As almas se debatem, naufragando no pranto;
Em busca de um sentido que não mais se encontra,
Andando em abismos, sem bússola moral, sem ponta.
A solidão implacável, companheira constante,
Corrói as esperanças e sufoca o errante semblante!
Na era tecnológica, da Ciência e do prazer passageiro,
Desmoronam-se os templos, o mundo vive em desespero.
Milhões de relações superficiais, vazias e fugazes,
Nada mais importa, “só a carne que tu satisfazes!”
A alma em ruínas, os valores humanos em decadência,
O egoísmo e a estupidez são agora a nossa essência?
Desfilam pelas ruas personagens com suas vidas vazias:
Sexo, consumo, vícios, descartabilidade, mitos, fantasias...
A sociedade declina na busca desenfreada pelo prazer,
E a humanidade se perde nas receitas prontas de se viver.
Na era do vazio narcísico, o amor é só uma ilusão?
Um simulacro frio, desgastado pelo medo da solidão?
A carne é como uma mercadoria em constante exibição,
Enquanto a alma se perde em mentiras e desolação?
Escrevo com tintas sombrias, fortes, melancólicas,
As palavras despem-se, desesperadas, patológicas.
No caos desta modernidade consumista e alienada,
As pessoas, ocas, enveredam em ilusórias caminhadas.
E assim, no desalento dessa vida desesperada,
A poesia surge e grita “Acordai” em nossa jornada.
Em versos amargos e realistas, sem concessões,
É essencial mudar e vivificar nossas almas e corações.