Acromatopsia
Eu não escrevo sobre o vermelho das rosas porque enxergo em preto e branco
Da mesma forma, não escrevo sobre o pôr do sol, os arcos-íris, o verde das florestas, o vermelho do amor
Conheço das cores somente o que me contam de forma abobalhada
Para mim, sobra a realidade, sempre na face de dias nublados
Por essa razão, escrevo em preto e branco, tanto na cor, como no sentido
Vagueio pelas nuances de cinza, que me inspiram acinzentadamente
E acinzentado, faço poesias acromáticas, despidas de adornos paletais
Dizem-me que sou afetado! E como eu não seria? Eu e minha acromatopsia.