Civilização Vazia
Nesta civilização vazia, onde a noite perdura,
Caminho solitário em meio à penumbra escura.
As almas vagueiam sem rumo e sem sentido,
Em busca de uma luz que se perdeu no olvido.
Bilhões de rostos pálidos, expressões vazias,
Refletem a angústia que habita suas vias;
Entre ruínas e sombras, o eco do passado,
Há vestígios de sonhos que foram sepultados.
As vozes sussurram em murmúrios calados,
As palavras perdidas em versos mutilados,
O tempo arrastando um fardo implacável,
Em cada esquina há um segredo insondável.
E nas linhas e entrelinhas dos versos escritos,
A solidão palpita os vários anseios aflitos,
Em cada estrofe vive um grito silenciado,
Num mar de palavras, o sentido desvendado.
Ó civilização vazia, de valores e almas errantes,
Sob o véu da tristeza e de seus sonhos distantes,
Em teus becos sombrios há histórias perdidas,
Ecos de um passado que implora por saídas.
Mas no meio do caos, há uma esperança,
Uma fagulha de luz que a tudo alcança;
No íntimo da cidade, um eco resiliente,
A promessa de um porvir cintila latente.
Assim caminho todo dia_ solitário e sereno
Nas ruas vazias deste colossal mundo obsceno,
Resgatando a beleza que em ti ainda se esconde,
Na essência da poesia, que a todos responde.
E assim, nesta civilização materialista e vazia,
O verbo gera vida, e a alma desperta como o dia.
Na cadência dos versos a esperança pode renascer,
Pois poesia é criação cuja essência nunca vai esvaecer.