ROUBADORES DE ALEGRIAS
Construí uma torre gêmea
Esconderijo dos meus devaneios,
Derramei as águas dos rios
Em terras de forasteiros,
Desbravei as matas virgens
Habitat dos irmãos selvagens,
Tomei coragem enfrentei
Frio e estiagem!
A terra gemia a dor
Da exploração desnecessária,
Os ventos sopravam a sós
Espalhando todas as aves,
No fundo da floresta bebiam
As águas de cores amareladas,
Escutavam ao longe as serras
Nas madeiras derrubadas!
Se ouviam os cantos tristes
Dos que ficaram sem casas,
Rugiam os tambores e choraram
Toda a madrugada,
O céu ficou envergonhado
Deixou a lua pela metade,
A coruja desapareceu
Nunca mais se viu deixou saudade!
As estrelas não são pretas
O sol não é azul,
A vida não é um circo sem lona
O trapezista o vovô,
A menina não é o palhaço,
O leão o cantor...
Há roubadores de alegrias
Que se alimentam da
sua dor!