ROUBADORES DE ALEGRIAS

 

Construí uma torre gêmea

Esconderijo dos meus devaneios,

Derramei as águas dos rios

Em terras de forasteiros,

Desbravei as matas virgens 

Habitat dos irmãos selvagens,

Tomei coragem enfrentei 

Frio e estiagem!

 

A terra gemia a dor 

Da exploração desnecessária,

Os ventos sopravam a sós 

Espalhando todas as aves,

No fundo da floresta bebiam

As águas de cores amareladas,

Escutavam ao longe as serras

Nas madeiras derrubadas!

 

Se ouviam os cantos tristes

Dos que ficaram sem casas,

Rugiam os tambores e choraram 

Toda a madrugada,

O céu ficou envergonhado

Deixou a lua pela metade,

A coruja desapareceu 

Nunca mais se viu deixou saudade!

 

As estrelas não são pretas

O sol não é azul,

A vida não é um circo sem lona

O trapezista o vovô,

A menina não é o palhaço,

O leão o cantor...

Há roubadores de alegrias

Que se alimentam da

sua dor!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 22/05/2023
Código do texto: T7794855
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