A todos que quiserem ler
Não sei para onde quero ir
Como um pagão perdido no espaço
Vejo muitos quererem o céu
Então fico quieto mesmo aqui na Terra
Todos eles estão de olhos abertos
Mas eu decido apenas fechar meus olhos
A Palavra diz porta estreita
Apenas vejo desesperados
Querendo entrar de toda maneira
Esse bendito livro também fala em paciência
Perdida ou destruída no coração de muitos
Por isso vou escrever isso
A todos da minha família
A todos meus amigos e conhecidos
Eu não sei quando irei partir
Mas ficar no mesmo lugar
Para mim não dá
Acredito que preciso de uns ares diferentes
E toda ganância crescida
Ganhando com a fé aleia
Bloqueados e sugados por atores
Que fazem de tudo para se salvarem
Vejo crianças sendo estendidas no varal
Até crescerem e repetirem os mesmos erros
Banais e assombrosos
Tão egoístas e excêntricos por dentro
Usam máscaras, mas contaminam todo meio
Por isso não desisto de escrever isso
A todos meus amigos e conhecidos
Não sei mais a quem
Eu não sei quando irei partir
Não sou uma pessoa tão apegada
Para mim não dá
Respirar os mesmos ares
Acredito estar ficando doente
Mas pense, quem não está?
Nesse mundo cruel e irreversível
Preciso encontrar um local de paz
Apenas me salvo em minhas palavras
Então irei terminar de escrever isso
A todos conhecidos
Devo escrever a mim
Eu não sei quando irei partir
Não sou uma pessoa apegada
Para mim não dá
Respirar os mesmos ares
A todos que quiserem ler
Apenas irei escrever a mim
Eu não sei quando irei partir
Mas ficar no mesmo lugar
Para mim não dá
Acredito que preciso de uns ares diferentes