Alados na Balança das Palavras 2
Estas palavras desprovidas de sentido,
São meras expressões, gestos e malícias,
De um ser que jaz morto, meu amigo,
O desabafo do falecido é uma piada de maus modos.
Qual palavra empregar para desabafar,
O peso do ser que se é neste mundo?
O peso de suas decisões a confrontar,
Que peso é este que me inunda e me afunda?
Qual o peso daquilo que se escreve?
Que peso devo escolher para diminuir?
Escrever será capaz de aliviar, creve?
Diminuir o peso, oh, que prazer a fluir!
Remover todo o peso inteiro, seria ideal?
Ou somente uma parcela diminuir?
Ou quem sabe um pouquinho, afinal,
Para que a carga pesada possa restringir?
Então, escreveria milhões de palavras,
Viveria a compor incessantemente,
Até que um dia, quem sabe, nas asas
De uma brisa, eu voaria livremente.
Para algum lugar onde o peso não exista,
Onde ele tenha se dissipado por completo,
Mas, pergunto-me, se voasse nesta conquista,
Não carregaria outro fardo em meu trajeto?
O peso de ser leve, contemplando os demais,
Com suas cargas pesadas e tormentos,
Talvez até sofrendo críticas mais e mais,
Por ter conseguido livrar-me dos sentimentos.
Então, quando chegará o dia em que estaremos livres de peso?
Quando encontraremos a leveza a nos guiar?
É um anseio profundo, um desejo intenso,
Mas, por agora, continuamos a carregar.