Disritmia
Hoje, se me olho no espelho
Não vejo nada além das linhas pretas
Que adornam meus olhos opacos e sem vida
Na minha cabeça resta um peso
Que não se desfaz,
Nem diminui
No meu peito cresce um vazio
Por onde não entra nenhuma luz
A minha respiração para
Meu corpo se recusa a reagir
Dentro dos meus pensamentos
Grito, desesperada,
Mas pela boca não sai nada,
E nem há de sair.
Não vou rugir.
Pois não vou falar.
Não vou admitir
Pois não quero enfrentar
Não vou dizer
Para não sentir.
Hoje, se ousar me olhar no espelho
Vou sorrir em silêncio
Vou seguir em frente, e
Vou sobreviver.