Além das Palavras
No emaranhado de palavras que tento articular,
Percebo que tudo que digo não tem real voz,
No âmago, não transmite o verdadeiro significado,
Quase nada é capaz de revelar os segredos ocultos,
Não expressa a plenitude do meu ser,
Perco-me nos intricados caminhos da linguagem.
De forma solipsista, trilho um solitário percurso
Através de labirintos repletos de espectros,
Ecos de lembranças, sombras de vivências passadas,
Onde os fantasmas do passado encontram morada,
Esqueletos silenciosos que sussurram aos meus ouvidos.
Nesse universo intrínseco de sensações e emoções,
As palavras falham em capturar a essência do ser,
O desgaste da comunicação se faz presente,
Enquanto tento exprimir meu íntimo mais profundo,
Desvendando segredos, desatando nós invisíveis.
A poesia se torna meu refúgio, minha fuga,
Através dela, tento decifrar o inexprimível,
Atingir um entendimento além do verbal,
Transcender os limites impostos pela linguagem,
Atingindo o cerne da minha existência.
Então, entre versos entrelaçados e metáforas,
Busco desvendar o mistério que habita em mim,
Explorando as profundezas da alma e do pensamento,
Na esperança de encontrar respostas nos silêncios,
Que as palavras, por si só, não podem conter.