Dialética
A cada manhã,
Um novo sopro,
Um novo afã
Clonado, em dobro.
Ao entardecer,
A mesma vontade
De plantar e colher
Inteiro e não pela metade.
Quando chega a noite,
Um último suspiro,
Um estalar do açoite
Naquilo que aspiro.
E na madrugada,
Aqui jaz meu desejo
Que sinto, mas não vejo
Com a luz apagada.