O Tempo
O Tempo é uma matéria invisível,
Que se faz presente em nosso viver.
É como um rio que flui inexorável,
Levando-nos consigo sem nos deter.
O Tempo é como um vento que sopra,
Varrendo tudo aquilo que vê e toca.
O Tempo compõe personagens e histórias,
Deixando marcas em nossas trajetórias.
O Tempo é como um vasto campo fértil
Que nos dá o alimento da experiência.
O Tempo é uma rocha que nos desafia,
Que nos enruga e corta com sua resiliência.
No âmago do Tempo as substâncias residem
Em átomos e instantes que sempre se colidem,
Escorrendo aqui e ali em suas formas transientes
Um fluxo constante, eterno, desmedido e urgente.
A matéria do tempo é sempre densa e sutil,
Tecendo teias invisíveis ao redor de tudo;
Como um manto que cobre o céu anil,
O Tempo se renova num ritmo absurdo.
O Tempo que pulsa nas batidas do coração,
Que marca os segundos com seu compasso.
O tempo é gota contínua que desagua a ação,
E a efemeridade ganha contorno, forma e traço.
Os dias que se somam, anos que se derramam,
As estações anuais que mudam nas heranças
Das mudanças; o Tempo são lanças e alianças
No breve ciclo da vida dos que choram e se amam.
E nós, meros fragmentos de tolos passatempos,
Transitamos na ampulheta crônica que não some;
Cientes da efemeridade que a todos consome,
É essencial saber semear e fluir nos rios do Tempo.