Orvalhos Matutinos
Nas manhãs de inverno, o ar se faz fresco
E a cidade envolta em névoa sutil
A garoa cai com suavidade
Um véu que cobre o mundo em seu dormir.
Gotículas dançam em fios de luz
Embalando a terra em seu balé
Como lágrimas do céu que caem devagar
Sussurrando segredos ao amanhecer.
A garoa pela manhã é doce
Um beijo frio na face desperta
Limpando o ar, lavando a paisagem
Num abraço tímido da natureza.
As ruas brilham com seu manto úmido
Os passos ecoam num som suave
Os carros riscam as ruas molhadas
E as folhas brilham como pérolas no chão.
E no meio da garoa, um olhar perdido
Numa janela embaçada pelo vapor
Uma xícara de café fumegante
Aconchegante refúgio para a alma.
A garoa pela manhã é poesia
Um presente do céu em gotas d'água
Que acaricia a terra, que renova
E traz serenidade à vida em sua saga.
Então, que a garoa sempre venha
Para encher nossas manhãs de encanto
Com sua melodia suave e fresca
E nos lembrar que a beleza está nos detalhes do pranto.