Progresso

Progresso

Hoje,eu como sempre,

Acordei com a nostalgia,

Vi o sol na fresta rente,

A espiar-me impaciente,

Anunciando mais um dia.

Ouço pássaros dobrando,

Provavelmente em gaiolas,

Como que a estar chorando

Mais um dia lamentando,

A liberdade que foi-se embora.

Já não ouço mais crianças,

Indo a pé para escola,

Nem o campinho da infância,

Só a grama que descansa,

Como não fazia outrora.

Olho entristecido,

As ruas que estão desertas,

O wifi, a toda, em pico,

Tanto pobres como ricos,

Contemplando uma tela.

Cadê a humanidade?

Cadê os antigos prazeres?

Cadê? Me diz se tu sabes,

Entre lágrimas que caem,

Lhe suplico me dizeres.

No que estamos nos tornando?

Onde isto irá parar?

Um ao outro está matando,

Deixamos de ser humanos,

Até alguém nos deletar.

Ladislau Floriano