É DE POESIA QUE EU PRECISO
Na medida do impossível,
naquela paz que é vendida.
Vem a opressão do mundo,
mas existe uma centelha de vida.
No ódio ressentido,
na incompreensão absoluta.
No muro de cimento,
uma flor nasce arguta.
No algoritmo confuso,
no poder corrompido.
No julgamento obtuso,
um conselho ainda é promovido.
Na falta de afeto,
na ignorância de um mundo seco.
Na distância ainda que perto,
no egoísmo é que eu me perco.
No grito do silêncio,
no texto conciso.
No argumento infalível,
eu sei que é de poesia que eu preciso.
Ainda que nem tudo seja como devia ser,
o importante ainda é renascer.
Ainda que nem todo olhar se encontre,
é importante construir a ponte.
Ainda que muitos não acreditem na falta de dívida,
expanda sua alma e a mantenha crescida.