A Mosca Provocadora
Eu sou a mosca que infectou litros de sopa,
Que roeu os pães e contaminou a esperança.
Eu sou o punk que contestou as raízes do Estado burguês,
Um jovem grunge que se desiludiu
Com os homens presos em caixas.
Eu sou Augusto, o que ficou chorando sobre os
Ossos do caminho, o que poetizou a decomposição da matéria.
Eu sou o lobo que fez sua própria estrada,
Distante das ovelhas que pastam em tediosos caminhos.
Eu sou a mosca que voa
Para além dos muros dos dogmas.
Sou eu que emporcalho
A realidade alienante com putridos ovos,
Aquele que gangrena as carnes podres.
Sou o discurso soturno a incomodar
Os ouvidos dos cidadãos de bem,
A afiada faca no pescoço dos fascistas,
A canção para acordar os dormentes.