A Mosca Provocadora

Eu sou a mosca que infectou litros de sopa,

Que roeu os pães e contaminou a esperança.

Eu sou o punk que contestou as raízes do Estado burguês,

Um jovem grunge que se desiludiu

Com os homens presos em caixas.

Eu sou Augusto, o que ficou chorando sobre os

Ossos do caminho, o que poetizou a decomposição da matéria.

Eu sou o lobo que fez sua própria estrada,

Distante das ovelhas que pastam em tediosos caminhos.

Eu sou a mosca que voa

Para além dos muros dos dogmas.

Sou eu que emporcalho

A realidade alienante com putridos ovos,

Aquele que gangrena as carnes podres.

Sou o discurso soturno a incomodar

Os ouvidos dos cidadãos de bem,

A afiada faca no pescoço dos fascistas,

A canção para acordar os dormentes.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 20/04/2023
Reeditado em 20/04/2023
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