Caprichos do tempo
É como uma névoa sutil,
Compassada e ardilosa,
Que invade despretensiosa
E vai rasurando o viver...
Os dias, os meses, os anos,
Os passos, os sonhos, os planos
Empeçam a desvanecer...
Para onde se foram os anseios,
Os quereres, os devaneios,
A vida que parecia verter?
Em que lugar se escondeu a esperança,
O olhar, que já não alcança,
A trama que já não pode coser?
Como podem os passos trilhados,
Tão intensos e tão inspirados,
Irem pouco a pouco morrer...