Olhar do outro
A quem me tem por covarde
rogo pela coragem do meu despertar
A quem me tem como fraco
desejo a força do meu sorriso
A quem me tem por ingênuo
clamo a restauração da fé em si mesmo
A quem me tem por cego
indico a nitidez da minha dúvida
A quem me esqueceu
cultivo o carinho da memória
A quem duvida do meu amor
sugiro reciprocidade
A quem me quer mal
dedico o perdão
Ao olhar do outro
não passamos de expectativas
capturadas por lentes embaçadas,
desejos sem consulta,
certezas sem empatia.
Apedrejadores com tetos de vidro
e almas feridas
fugindo de um labirinto
no interior de seu próprio cativeiro