A CORUJA
É madrugada. Acordo; escuto:
Um chirriar teimoso e mui agourento.
Em sepulcral silêncio, do breu absoluto,
Aterrorizava-me naquele aposento.
Mesmo temeroso fui até a janela.
Abri-a. Vi um par de luzes brilhantes.
Era uma Coruja e os olhos dela,
Até em minh'alma foram penetrantes.
Era a natureza com sua ciência.
Fez uso da feiura que me estava em frente.
Pousada solene nos escuros galhos.
Agir semelhante ao juízo da consciência.
Que faz revirar o homem e sua mente,
A fim de reparar os seus atos falhos.