Soneto de um triste aniversário
Oh dia que se renova, mas que não traz mais alegria,
Que marca mais um ano sem muito a comemorar,
Não há festas, nem risos, apenas solidão e nostalgia
De um tempo que fui feliz e nunca mais irá voltar.
As cãs, fraquezas e doenças mostram a frialdade da idade
E o peso dos anos que me fazem sentir e estar tão cansado,
Deus! A vida passa rápido, e tantos sonhos mortos e olvidados!
O tempo, meu amigo, é um inimigo sempre desalmado.
Não há presentes que alegrem este meu falho coração,
Nem abraços que possam consolar nem a vida animar;
Há só a certeza de que tudo segue para o pó e sem razão.
Oh aniversário solitário! Tudo me faz demais refletir
Sobre as escolhas que fiz e as que eu poderia seguir...
Tudo o que há é o vazio ao ver o tempo nos devorar.
(Tempo, 17 de nada de dois mil e vinte esquecimentos)