POEMA DE ANIVERSÁRIO
Não contenho o tempo,
ele que me contém.
Fui contido,
hoje estou além.
Já houve bastante voltas ao sol
e em torno de mim mesmo.
Existo equilibrando em corda bamba,
encontrando meu próprio termo.
Não me importo com muita coisa
que antes valorizava,
mudei e mudo.
De repente, se encontra o tesouro que buscava.
Fui raso e fui profundo,
atravessei buracos negros do coração.
Quero mais um ano e mais um segundo,
e reconhecer mais um irmão.
Vivi mil vidas em uma,
a beleza de ser paradoxal.
Morri tantas vezes,
mas se reencontro a vida ainda não é o final.
Desnudo segredos e
venço o medo.
Pode ser tarde, mas também pode ser cedo.
Basta querer um pouco mais de viver.