A VIAGEM
Já não serei mais o mesmo
e nem comerei torresmo,
minha boca se calou.
O infinito azul celeste
me cobrirá como veste.
Mãe Terra me agasalhou!
Lá no fundo do horizonte
pego o barco de Caronte,
não posso mais aqui ficar.
Minha alma voa serena,
qual uma doce falena,
em busca de outro mar.
Expirou o encantamento,
mas restou o sentimento
de amor e de perdão.
Ficou lá atrás todo tédio,
não usarei mais remédio
pras dores da solidão!
Só ouvirei sinfonias
e as doces melodias;
posso bem compreendê-las.
E seguirei, firmemente,
olhos fitos para a frente,
nas pegadas das estrelas!
Sei que não existe sorte,
também não existe morte,
tudo ruma à realeza.
Nós todos somos um só,
fazemos parte do pó
que compõe a Natureza!
Juca Vieira
Imperatriz - MA
15/12/2022