COLÓQUIO COM A FLOR
Ao passar pela flor
falou-me do langor e da
solitude do tempo,
das pedras e da
erva daninha à beira
do caminho.
- A esquina improvisa
e a reta delimita sem
percalços ou tropeços e
seguem a diante.
- Quando sairemos daqui?
Sofremos o sofrimento
da pedra, da erva do caminho,
cuja sensação de incerteza
estacionará, n'uma futura saudade
renovada, n'outra realidade.
- " Passas e olhas para mim
e a margem é o cosmo,
uma busca indefinida de ser
ou de não ser como as emoções,
tragam as nossas vontades,
involuntariamente!
Portas abertas fecham do nada
como o céu fecha para a tempestade!
Enganos e saudade,
vácuos incompreendidos, de
sensações incertas fazem florescer,
alegrar e beber o orvalho das manhãs,
ante a margem do abismo certo,
do last, inútil, orvalho !”