HAVERÁ UM TEMPO...
(Ps/578)
... Em que não precisaremos
mais do amor!
... O verso será sempre a linha
Que iremos reler e recordar,
como livro de cabeceira,
para nunca esquecer!
Quão bom era, aquele tempo, viver!
... Os sentidos não farão tanta diferença
e ... os dias se encurtarão, velozes,
para presenciar a chegada do pôr-do-sol
e beber desse antídoto que
embriaga e nos leva a adormecer!
Haverá sim companhia da memória,
se ainda a tivermos ... para que
as entranhas, bem ao fundo, exibam o filme
da juventude em preto e branco
se as cores... estiverem ausentes!
Haverá um dia ... em que o abajur da sala
clama companhia, de mais luz,
podendo ser a de um candelabro,
apenas, para suportar a ausência
que até ele ignora, porém, a sente!
Haverá um tempo que a areia da praia
necessita luz e calor do sol
por que as noites são gélidas
e as horas, longas!
Haverá um tempo...
Que definirá... e acalentará
e... calará
Todas as saudades, de um tempo...
.... De uma vida!