Ainda que eu falasse
Camões também morreu abandonado e bêbado, mas viveu tudo que podia e quis, e deixou obras maravilhosas que nos encantam
E nos ensinam.
Tenho temperamento melancólico
É como andar às margens
Da tristeza
Angústias me movem
E alimentam minha poesia
Vivo na insinuação da canção do Vander Lee “Alma Nua”
Nestes tempos de hipersensibilidade sou exposto, poesia até contar quantas vezes a poesia me salvou
Controlo minhas inclinações, e não me permito excessos porque sei da fragilidade de meu ser
É tudo muito a flor da pele
Ops não estou me comparando aos imortais, jamais, mas minhas percepções de que a arte flui por estas veredas
Mesmo o palhaço que faz rir, tem incutido uma certa tristeza em si.
Mas seja apenas talvez... coisa minha
Se comparar aos imortais
Todos nós podemos
Quando eram vivos
Não passavam de réles mortais
E toda obra só tem valor
Depois do criador morto.
"Ainda quê eu falasse..."
Ainda que eu falasse
Ao mundo desaguasse
O que jorra em mim
Não esgotaria assim
Ainda que eu falasse
Tudo que me assola
Que a vida fosse como quisesse
Faltaria o abraço que me consola
Ainda que falasse
Do grito do silêncio
Quê eu olhasse e não enxergasse
Sozinha eu só seria prenúncio
Ainda que eu falasse
Em meio aos açoites
Ainda assim desejaria
Ao meu amor, boa noite!
Ainda que eu falasse
Que a vida é poesia
E que sorrir contagia
Haveria quem não acreditasse
Ainda que eu falasse
Em silêncio
Expressaria mudo
Tudo que penso
Ainda que eu falasse,
Do silêncio eu faria um grito.
Onde pessoas eu conquistasse
Para falar do belo que acredito.
Ainda que eu falasse
em silêncio
Onde eu quisesse
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