Janelas
Abertas no solilóquio do vento,
Abruptamente batem entre si,
Janelas batem pensamentos,
Por vezes frívolos, chocam-se.
A jovial janela interroga:
— Por que tão rígida és?
A outra responde na hora:
— Porque a chuva agride-me.
Sucinta e clara resposta
Por satisfeita ela cala.
‘’Por que a chuva e não a Lua?’’
Pensa a janela tapada.
Porque Sol e Lua não ventam,
Nem a tempestade brilha,
Mas as chuvas pensam.
Desgastam e batem janelas.