O Reencontro no Porto
Me encontro sonhando,
sonhando no porto.
Em desgosto
ao bom gosto.
Pensativo me
entupo ao lembrar.
Da janela aprecio
o sol no mar se afogar.
Me recordo do tempo,
do momento e do vento.
Do amigo do porto,
da poesia de um garoto.
O amor ao mar morto,
estarei presente no salgado suor
e no estreito sufoco.
Abraçando um peixe morto,
lamentando na cama um peso
de vida, do tempo ao relento:
relato de um velho garoto.
Com frio vejo o dia chegar,
levemente sinto o calor
me abraçar.
Quero agora mesmo voltar
a sonhar.
Na esperança de um dia,
meu amigo poder encontrar.
Me esperando no porto,
com um sorriso no rosto.
A alegria que sinto
ao ver o amigo ainda moço.
Quão perto estou de
ver realmente tudo isso de novo?
O quão fundo me ponho
ao abraçar ainda jovem
o que vi tão formoso?
Não entende você que
sou eu o garoto?
Me esperando no porto,
com um sorriso no rosto,
desembarcando cedo na vida,
puramente ainda moço.
O existir ao usufruir vem longe
e volta eternamente para ti.
Sou eu o que espero de mim.
Encostado no porto,
sonhando ainda como um garoto.
A inocência de um dia,
da leveza a pureza da brisa
que vem do fundo da alma e volta
a nossa baía.