A VENDA
“A VENDA”
“Tinha fagulhas de pão
Nas roupas e no chão
Na venda que ficava à beira da estrada
O pobre vendeiro, prometia não vender fiado e mais nada
Tinha fagulhas de pão
Sempre sonhou em ter o seu próprio negócio
E ser ele mesmo, o seu único patrão…
Na prateleira, ao lado do quadro, do Sagrado Coração de Jesus
O garrafão de pinga, que para muitos, era prazer
Mas para ele, era o Calvário e a Cruz…
Tinha fagulhas de pão, quando sorria para as eternas donzelas imorredouras
No avental, amarelado e surrado com o tempo
Era quando depositava algumas patacas
Na estátua de gesso, do Menino Jesus na manjedoura
Assim era a sua rotina
De homem pobre, mas que sonhava grande
Para alçar a riqueza, que nunca chegava…
Tinha fagulhas de pão.”
*A venda*
By Julio Cesar Mauro
18/03/2023