PROPENSÃO
É tanta mediocridade
Daquelas que não dou conta
Não tenho resposta pronta
Nem sou dona da verdade
Preciso ter humildade
Para saber recuar
Quando, com Deus, fui falar
Recorri à minha arte
Tolice de minha parte
Querer me contrariar
Teimosia me provoca
A deter a arrogância
Sensatez, com relevância
Dessa bolha se desloca
Ao sair da minha toca
Eu me permito pensar
Quero o trigo semear
Para ao joio, dar descarte
Se me permite um aparte
Não vou me contrariar
Quero limpar o canteiro
Saber podar os espinhos
Ver pássaros nos seus ninhos
Neles, o amor verdadeiro
Ver o seu voo primeiro
Pra natureza, explorar
No entorno, vê-lo cantar
Feliz no seu baluarte
Desse canteiro, sou parte
Não posso contrariar
Eu busco na quietude
Espiritualidade
A religiosidade
Aliada à atitude
Transformação amiúde
Da empáfia, me libertar
Eu quero ao meu Deus, honrar
Através da minha arte
Prefiro os versos, destarte
Pra não me contrariar.
Tânia Castro - Doutor Severiano-RN