Atua

ATUA

Em um dado momento

De repente se percebe

O quanto passou o tempo

E a carga não é leve.

Trazemos na cruz pendurados

Tantos momentos frustrados

Que a nós pesar se atreve.

São tantas inúteis tralhas

Tanta sucata sem utilidade

Que somente nos atrapalha

E nem sequer nos dão saudades.

Ali estão somente

Para machucar a gente

Lembrando nos de nossas falhas

E o peso da cruz só aumenta

Não precisando assim ser

Quase nós arrebenta

Mal conseguimos nos mover.

Ficamos atrelados

Como que ao chão amarrados.

Sem ninguém pra nós valer.

Lábios empoeirados

Mãos a rasgar se no solo

Pés que sangram já cansados

Cruz apoiada no colo

Assim no passar dos anos

Tem se por cotidiano

Diante dos próprios olhos

Uma vida de obstáculos

Que insiste em nós castigar

Deixando nos mais fracos

Do que devíamos ficar.

Não sei se por ser teimoso

Ranzinza e rancoroso

Mas continuo a andar.

Quem olha finge não ver

Quem vê finge que não conhece

Quem conhece não quer perceber

Quem percebe finge que esquece.

E assim a vida segue

Cada um fica na sua

Cada um sua cruz carregue

Sem esperar uma ajuda.

Não se deixe corromper

Não vivas só por viver

Faz teu Pepel, atua.

Ladislau Floriano.

LADISLAU FLORIANO POETA DE CRISTO
Enviado por LADISLAU FLORIANO POETA DE CRISTO em 12/03/2023
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